Que comer é um ato político, todo mundo já sabe! Mas para além de escolher aquilo que não queremos fomentar ao consumir, é possível apoiar projetos de regeneração e preservação ambiental sem ir muito longe…

Eu sou a Gabi, guia local da Chapada dos Veadeiros e gestora de projetos da Barùkas – uma empresa nativa da Chapada e parceira da Montanero Expedições. Neste texto, te convido a conhecer um pouco mais do projeto por trás do pacotinho de Barùkas; e como essa empresa pioneira no beneficiamento da castanha de baru vem atuando desde 2006 pela preservação do Cerrado Brasileiro.

Foto: Compra de baru na comunidade do Tocantinzinho, região de difícil acesso com transporte via balsa.

A castanha de baru é um fruto endêmico do bioma Cerrado, ou seja, ela só existe aqui. A castanha é encontrada dentro do fruto que, por sua vez, cresce na árvore Dipteryx alata, o imponente baruzeiro.

Não, o baru não é plantado pelo homem! Mas sim pela fauna. Dispersão de sementes feitas por aves e mamíferos que naturalmente plantam as árvores pelos 2 milhões de km² de extensão do Cerrado. Não existe monocultura de baru. Diferente da grande maioria dos alimentos que conhecemos hoje em dia, a safra do baru não é controlável. Está nas mãos da sábia Natureza. A Barùkas precisou desenvolver uma fina teia de colaborações e relacionamentos para coletar, armazenar e processar a castanha de baru. No centro desta dança, é claro, está o extrativismo familiar.

Ano após ano, na época de pré safra, a equipe da Barùkas se desloca pelo Cerrado reafirmando o compromisso de compra do fruto à moda antiga: pessoalmente. São muitas visitas a regiões como Cavalcante, Tocantins, Formosa, Aruanã, Arinos ao longo de vários estados brasileiros. Vamos à casa das famílias extrativistas, visitamos cooperativas rurais, aldeias indígenas, assentamentos. Buscamos, é claro, o fruto do baru. Mas além dele, as visitas aos coletores de baru e consequentemente a compra deste fruto Brasil adentro é um compromisso sério com a preservação do bioma Cerrado.

Trabalhar com a castanha de baru em escala comercial é agregar valor financeiro à árvore em pé, e não cortada. É fazer frente ao desmatamento avassalador que vem se aproximando das pequenas regiões ainda preservadas. É valorizar o coletor de sementes e de fruto, as famílias guardiãs, as comunidades tradicionais. A Barùkas não planta sua matéria prima, não precisa de agrotóxicos nem irrigações irresponsáveis para produzir o baru – a Barùkas precisa somente do Cerrado preservado e das comunidades locais empoderadas, extraindo de forma sustentável e lucrando, sim, com o Cerrado de pé.

A outra ponta desta cadeia produtiva é você! Leitor, leitora, parceiro das expedições Montanero e amante dessa natureza abundante que ainda se pode conhecer e experimentar. Você que sempre separa um lanchinho saboroso, recompensador após as longas trilhas da vida, e não menos nutritivo. A Barùkas tem opções variadas e oferece o baru em diferentes receitas para as trilhas – e essa é a forma que encontramos de te convidar a colaborar com o nosso projeto de preservação do bioma mais antigo e um dos mais biodiversos do mundo.

Não, esse não é um texto publicitário, e para conhecer mais dos nossos produtos te convido a visitar nosso site e redes. Por aqui deixo apenas o orgulho e privilégio em atuar num projeto que resiste frente a snacks nada saudáveis e industrias nada sustentáveis. Como se não bastasse, trabalhamos com a castanha considerada mais nutritiva do mundo, deliciosa, versátil e muito prática. Temos conosco a tecnologia infalível da floresta, das árvores que resistem a dramáticos períodos de seca, dos animais que roem e disseminam os frutos, dos extrativistas familiares que repassam a tradição do cuidado e respeito pelo meio ambiente geração após geração.

Estamos baseados no coração do Brasil, na Chapada dos Veadeiros – Goiás, e agora cada vez mais presentes nas aventuras da Montanero pelo Brasil!

Se você chegou até aqui é porque se importa o suficiente com o impacto do seu consumo e espero que possa conhecer ainda mais e provar da super-castanha do Cerrado, 100% brasileira e que nunca deixou trilheiro nenhum passar sufoco nessa vida de subir e descer morro!

Não tem jeito melhor de se nutrir do que nutrindo os projetos em que acreditamos também! E aí, bora valorizar o cerrado de pé?

*Gabriela Mattos – condutora de visitantes na Chapada dos Veadeiros e gestora de projetos na Barùkas Brasil.