Aonde os apaixonados por trekking e travessias podem ir no verão? Não se preocupe, as possibilidades são muitas. No Brasil temos as vantagens de ser um país continental e aproveitar cada território conforme a sazonalidade do clima. A dica é descer a montanha e seguir para o litoral. E pra quem gosta de sombra e água de coco, mas sem abrir mão de uma boa travessia ou longas caminhadas, os melhores destinos são o litoral sul do Rio de Janeiro e o tão desejado litoral baiano.

Na região fluminense prevalece um litoral montanhoso típico da denominada Costa Verde, com trilhas cobertas pela mata atlântica, bastante umidade, banhos de cachoeiras e que acessam pequenas praias e vilas de pescadores. É o caso da famosa Volta da Ilha Grande, um trekking exigente de quase 80km que passa desde as praias mais povoadas até as mais selvagens como as praias de Aventureiro, Parnaioca e do Caxadaço. Descendo um pouco mais a Rio-Santos (BR-101) chegamos na histórica e charmosa cidade de Paraty, base para outras duas expedições perfeitas para trekking e travessias no litoral: Ponta da Juatinga e o Saco do Mamanguá, ou para os maios ousados a Transfiordes, que junta os dois roteiros em uma jornada multisport de trekking e caiaque. Seja em Ilha Grande ou em Paraty, nada de caminhar descalço ou com chinelos e papetes, pois são terrenos técnicos com grande variação altimétrica e ainda com uma estação caracterizada pelas chuvas de verão, que exigem legítimas botas ou tênis próprios para trekking.

Já no litoral baiano, as distâncias são longas, mas sem chuvas ou grandes desníveis, onde predominam os longos trechos de praia, pé na areia, variando entre passagens por costões, falésias, manguezais e deltas de rios que desaguam no mar. Na Costa do Descobrimento o clássico fica por conta da travessia de Cumuruxatiba até Trancoso, passando por praias como Ponta do Corumbau, praia do Espelho e Caraíva. E subindo para a Costa do Cacau, vem aí maior novidade de trekking no litoral brasileiro, a travessia entre Itacaré x Ilhéus. O trekking começa adentrando o manguezal da praia de Jeribucaçu e segue a Trilha das 4 Praias de Itacaré: Engenhoca, Havaizinho, Gamboa e Itacarezinho; até chegar ao surpreendente e pouco conhecido litoral de Serra Grande. Um roteiro inédito de 32km marcado pela diversidade biogeográfica de costões a beira mar, mangues, bancadas de pedra e coral, baías com praias de areia e enseadas desertas; delta de rios e florestas de mata atlântica.

Mas se você não é muito de praia e quer mesmo é subir montanha, é possível curtir a Chapada dos Veadeiros/GO, a Chapada de Diamantina/BA ou a região da Serra do Cipó/MG, mesmo no período de chuvas, sendo necessário um planejamento com atividades alternativas e uma gestão de segurança para não ser pego por uma cabeça d’água ou ficar isolado por uma eventual interdição de estradas e pontes.

Ou ainda, essa época é ótima para que deseja fazer um trekking em outros países da América do Sul. É no verão, por exemplo, que a temporada de subida ao cume do Aconcágua acontece, ponto mais alto das Américas com 6961m de altitude. Mas se você não vislumbra ir tão alto, é também no verão a melhor época para conhecer os clássicos circuitos de trekking na região da patagônia chilena, como o Circuito W dentro do Parque Nacional Torres Del Paine ou na patagônia argentina, na região de Bariloche, onde se localiza o Parque Nahuel Huapi com seus tradicionais Refúgios de montanha e rotas mais difíceis como o caso da Travessia 5 Lagunas.

Seja qual for a sua preferência, a notícia boa é que a temporada de trekking continua no verão!!!